Volta logo, amor...

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...você tá é muito manhoso/só porque sabe que é gostoso/e que eu fico nesse enrosco/te quero muito e mais um pouco/e ainda tenho que dar espaço pra passar o seu harém/ eu que te quero tanto bem/ que te chamo de meu bem/até meu coração bate uma rumba/ nesse teu rolo só de quizumba/ mas você é meu faceiro/ meu homem por inteiro/ que me laça o dia inteiro/ e minha palavra fica torta/ e me sinto meio morta/ se não me encontro com você...

(12/12/2005)

Hoje ouvi a canção que você me deu

quando eu fui embora da última vez,

agora você que se foi sem rumo, ateu,

sem fé, sem oração, numa insensatez.

Nem esperou o anoitecer, meu adormecer

se mandou, de mala, cuia e bandolim,

pagou na mesma moeda o teu sofrer,

agora compreendo o que sentia, enfim;

é o mesmo que arde e envenena meu peito

essa vontade que me deixa em pedaços

e te digo assim, meio que sem jeito:

- volta, amor, volta logo pros meus braços.

Sem você a loa é sem toada e a noite escura,

tem bicho papão e um navio de piratas,

fico doente pra morrer, sem cura,

não brigo, não luto, nem encaro bravatas.

Ah, amor, você me deixou no sol quente,

no deserto, com areia nos olhos, doendo,

com esse amor cigano, sem vermelho, ausente,

com uma noite longa no meu corpo fervendo;

de angústia, saudade e desejo

com um castigo de pisar em brasas, no fogo,

como a boca sozinha, sem beijo,

esperando você deixar disso e voltar logo...

13/10/2007