Iluminada

Em cada pedaço de estrada,
de caminho escuro,
passagem entrecortada...
Eu te encontro.
E mais uma vez desapercebidamente,
te nego um gesto, um aceno
que seria eu próprio, um seguimento.
E a palavra nasce, mas se cala.
Mais uma vez te encontro.
Te revelas, me revelo.
Te nego tudo.
Te calas, muda,
iluminas o trecho que repassas,
que transponho no suspiro,
no hábito de refletir
o raiar de viver por viver.
E na hora fechada te encontro,
reflito meu espaço, nada nego;
já não posso.
Enquanto fostes grande,
até em teu final estivestes,
ficastes
de braços abertos para mim...
Para a vida.