NINGUÉM REPARA

NINGUÉM REPARA

Quebra-se o cristal da noite

com o nascer do dia,

já ninguém repara tanta beleza.

O desabrochar de uma flor,

O suspiro inocente do amor,

O joão de barro-arquiteto da natureza-

Que constrói o seu ninho

com carinho,com destreza

Já ninguém repara.

O canto da cigarra

chamando o fim do dia,

a harmonia musical do entardecer

na sublime hora da Avé Maria:

O coaxar dos sapos no brejo

invadindo a noite silenciosa

com a lua no céu,tão clara...

Ah,já ninguém repara,ninguém repara!...

O poeta repara...

ninguém repara;

Ele chora...

Ninguém repara!

Helena Lins-11-11-2005

Helena Lins
Enviado por Helena Lins em 11/11/2005
Código do texto: T70224