A Casa

De sol e lua em madeira viva

ainda fresca dos ruídos da floresta

erguerei essa casa de palavras

para abrigar os nossos sonhos.

Escreverei meus versos nas paredes

com a tinta das auroras,

terá rosas e gerânios na varanda

e arco-íris nas cortinas das janelas.

Assim como o amor se exilará em nós

para cumprir destino nomeado,

dividiremos teto com camélias e begônias

dando exílio à primavera.

Com as mãos trêmulas de sílabas

amassarei o barro, terra e nuvem,

feito do pó da estrela desastrada,

no labor do forno para o pão.

Não será apenas a casa da poesia,

nem o reduto da esperança,

será a casa onde andarás de pés descalços,

vestida de beijos e luar.