Quando o Amor Acontece

É no inominável

Onde teus olhos me aguardam

Que meus passos reconhecem-se

Seria o mar abstrato e sem matiz

Não fossem os teus olhares

Na fímbria do sonho

A fitarem-me em saudade

São as vagas que abrem em teus lábios

O espelho de um sorriso que me reflete

Festeja-me tua memória

Quando recrias o fulgor

Das carícias despertas

No silêncio das madrugadas

A chama que se prolongava

Quando as mãos do desejo

Acordavam estremeceres e delírios

E sempre íamos tão longe

Enlaçados pelo anseio de eternidade

Como se de nós irrompesse

Todo amor que ao mundo faz falta

Em mim somente tuas retinas

Deitadas sobre o meu corpo

Lembravam-me do existir

De todas as cores

Apenas tua respiração

É que me dizia dos sons da vida

© Fernanda Guimarães

Fernanda Guimarães
Enviado por Fernanda Guimarães em 22/10/2007
Reeditado em 25/08/2008
Código do texto: T704703