Do susto nosso de cada dia

O sentimento que me assusta voltou a incomodar

Toca-me como as lágrimas da chuva

O veneno do vento, o gosto da boca que beijei...

O sentimento assustador que me retirou o sono

Lembrou-me do pequenino beija-flor e da pedra solitária no jardim

Dos banhos de chuva quente no verão e dos carrinhos de rolimã do passado.

O sentimento assustador acordou-me do sono dogmático da razão

Jogou por terra minhas emoções e mostrou-me a humanidade

Na dureza da vida que me persegue, nos montes e sacos cheios de areia que carrego na vida, a leveza se fez presente e pensei na vida que perdi, e na vida que tenho a ganhar.

Quanta ansiedade em um coração azul

Quanto medo no coração amarelo...

No jogo das cores do passado ando derrotado ante a impossibilidade de tocar a felicidade,

Sentir os dedos e beijar novamente os lábios que fortemente mordi.