Sob a sombra
Eu esqueci que o meu lugar é sob a sombra,
Saio ao sol as vezes, apenas para te abraçar.
Mas, assim que o sol aquece um pouco meus pensamentos,
Eu volto, é hora de voltar.
Por vezes, eu prendo uma corrente a minha perna,
Para chegar até onde eu possa te ver sob o sol,
O seu sangue quente se sente tão bem no verão,
O meu sangue frio, sai apenas de raro em raro,
Só quando você aparece, eu sigo o meu coração.
Detestei lembrar que eu pertenço a sombra,
Pois, foi só depois do sol ter ferido meus olhos abaladiços,
De ter confundido as figuras e as sombras…
Apenas, a sombra pode aceitar o meu compromisso.
Ao entardecer, você costuma me visitar,
Eu tento evitar, para que não pise nos seres que rastejam;
Eu temo que o seu brilho atraia seres culicidae.
Por isso, eu gosto tanto de te ver descansando ao sol,
Da minha sombra, com os meus olhos frágeis.