Sob a sombra

Eu esqueci que o meu lugar é sob a sombra,

Saio ao sol as vezes, apenas para te abraçar.

Mas, assim que o sol aquece um pouco meus pensamentos,

Eu volto, é hora de voltar.

Por vezes, eu prendo uma corrente a minha perna,

Para chegar até onde eu possa te ver sob o sol,

O seu sangue quente se sente tão bem no verão,

O meu sangue frio, sai apenas de raro em raro,

Só quando você aparece, eu sigo o meu coração.

Detestei lembrar que eu pertenço a sombra,

Pois, foi só depois do sol ter ferido meus olhos abaladiços,

De ter confundido as figuras e as sombras…

Apenas, a sombra pode aceitar o meu compromisso.

Ao entardecer, você costuma me visitar,

Eu tento evitar, para que não pise nos seres que rastejam;

Eu temo que o seu brilho atraia seres culicidae.

Por isso, eu gosto tanto de te ver descansando ao sol,

Da minha sombra, com os meus olhos frágeis.

Henrique Sanvas
Enviado por Henrique Sanvas em 10/09/2020
Código do texto: T7059611
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