Poeta inesquecível

Hoje eu velo a poesia ultrarromântica.

Que arrebatou da terra aos tenros 20 anos.

O poeta que do amor fez a sua ode cântica.

E em nobre arte eternizou seus desenganos.

Esse poeta é o Álvares de Azevedo.

Que padeceu o mais terrível mal orgânico.

Perdeu a gana de viver e foi tão cedo.

Enamora-se do amor mais epifânico.

O "mal do século" acometeu esse romântico.

Contra a desdita não lhe deu nenhuma chance.

Marcou- lhe a face com o fúnebre brilho xântrico.

E com a morte apressou o seu romance.

Minou-lhe as forças num terrível nível quântico.

E assim privou o grande artista brasileiro.

De ver brilhar todo o seu potencial semântico.

Privando-o do amor real até o instante derradeiro.

Em "Lembranças de morrer" e em "Noites na taverna".

Desabafou o próprio transe num estado necromântico.

Expôs seus medos e revelou sua ânsia eterna.

De no amor carnal experimentar o gozo tântrico.

Mas a fraqueza lhe impôs defeito aerodinâmico.

E respirar o amor assim sem ar foi impossível!

12 /09/1831 fez na vida o primeiro vôo panorâmico.

Em 25/04/1852 aterrissou pra ser o Poeta inesquecível.

Seja onde for, foi encontrar sua consorte.

Alma gêmea do seu amor todo isogâmico.

Com quem viveu nos últimos anos. Vulgo morte!

A qual ungiu-lhe com o mortal óleo balsâmico.

Em sua homenagem eu aqui faço um aporte.

E publico hoje o meu poema mais romântico.

Adriribeiro/@adri.poesias

Adriribeiro
Enviado por Adriribeiro em 11/09/2020
Reeditado em 22/09/2020
Código do texto: T7060822
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