AR
Tua saliva neutra como o invisível,
tábula rasa para o sabor da comunhão.
E teus lábios... território poético.
Manufatura de sons que maneja o
ar.
Na derme... Metáfora do limiar, meu
olhar como brisa matutina toca
sem pressionar.
A íris...Noite permanente, condensação
das camadas da luz refratada, paradoxo
da imagem na sombra lunar.
E o passo do astronauta, entre o vácuo
simbólico de bandeiras ali tremular,
tão mais lírico seria o vento esculpir teu
cabelo arbitrariamente como nas ondas do
mar.
Perto de mim, a textura de presenciar
mãos que desenham o gesto, e o
resto do infinito é apenas meu desejar.