AR

Tua saliva neutra como o invisível,

tábula rasa para o sabor da comunhão.

E teus lábios... território poético.

Manufatura de sons que maneja o

ar.

Na derme... Metáfora do limiar, meu

olhar como brisa matutina toca

sem pressionar.

A íris...Noite permanente, condensação

das camadas da luz refratada, paradoxo

da imagem na sombra lunar.

E o passo do astronauta, entre o vácuo

simbólico de bandeiras ali tremular,

tão mais lírico seria o vento esculpir teu

cabelo arbitrariamente como nas ondas do

mar.

Perto de mim, a textura de presenciar

mãos que desenham o gesto, e o

resto do infinito é apenas meu desejar.

Rafael Gustavo Vieira
Enviado por Rafael Gustavo Vieira em 19/09/2020
Código do texto: T7067213
Classificação de conteúdo: seguro