O louco

A lua escura, de medo, não brilha

Deixando sobre sobras a criança adormecida.

Que saudades da luz a iluminar o olhar da moça

O adeus da despedida, afogado no imensidão do silêncio

O frio do inverno avançou sobre a vida

Penetrando nas profundezas da solidão humana

O homem congelado pela distância pétrea do medo

Deixou vazio o vão entre seus braços

Na vastidão do deserto humano

A mãe olhava o filho faminto

Sobre o leito de sua face sofrida

A lágrima da dor/amor escorria

O louco, gritando, entrou jardim a dentro

Suor e calor de sua pele saia

Assustada a criança chorou

E dos peitos murchos o leite jorrou

Sustos e soluços, gemidos e dor

O louco em seus braços, a solidão levou

E um sopro de coragem a todos deixou

Partiu gritando em alto e bom som

Homens, coragem vivei no amor!