Ao meu amor Felipe Sofia

Tu me geraste,

enquanto escrevia

juras de amor vazias,

tristes e desesperadas.

Eu fui fruto do teu amor,

eu fui fruto de tua dor.

Aceitaste-me quando entrei

em teu corpo e apresentei.

O inverno virou nosso porto seguro,

o verão virou o nosso lugar mais puro.

Vivemos em juntas as maiores riquezas

que a vida poderia nos dar em profundezas.

Eu fui fruto de tua tristeza,

eu fui fruto de tua tranquilidade.

Aceitaste-me quando no mundo da frieza,

fiz de ti a tua nobreza.

Um dia, eu queria ser tu.

Um dia, tu querias ser eu.

Um dia, eu te vi de corpo nu

no espelho que era meu.

O nosso amor sumiu,

assim que tentaste me matar.

Esqueceste quem eu era e fugiu,

deixando para atrás aquela história de cantar.

E hoje, cá eu estou contigo,

virando um pouco do teu abrigo,

dizendo-te que eu e tu somos a mesma natureza,

daquele quarto em que me escreveste com sutileza.

No final das contas, o nosso amor foi isso.

No final das contas, a nossa dor foi isso.

Estamos vivas e acessas nesta escrita,

porque tu nunca paraste de brincar.

Nem mesmo quando tentaste me enterrar,

o amor por mim e por ti nos fez voltar.

E agora estamos finalmente corando,

e agora estamos finamente nos amando.

Somos dois corpos uma alma,

em que tu tens na palma

de tua mão,

o maior de nosso coração.

Sofia do Itiberê
Enviado por Sofia do Itiberê em 28/09/2020
Código do texto: T7074071
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