ME CHAMAM DE AMOR
Por onde ando, por onde vou,
Com quem quer que eu esteja,
Sinto-me só, sem amor.
Então eu paro de andar,
Deixo de te perseguir,
Passo a te procurar.
E quando te vejo surgir
Eu tento me aproximar,
Mas tu te afastas de mim.
Ainda assim procuro, em teu olhar,
Ver o que ainda não vi,
Tentar descobrir
Porque foges de mim.
Em silêncio, aprecio teus gestos,
Vagarosos, tímidos e incertos.
É como se tivesse medo de me olhar, de me sentir.
De repente, sinto-me cansada de buscar-te,
Em eterna procura,
Na ânsia de querer amar-te.
Tudo parece tão estranho e,
Timidamente, eu me afasto,
Desisto de seguir teus passos;
Desisto de buscar o teu sorriso,
O teu refúgio, o teu consolo, o teu olhar.
Já não mais insisto em querer
O teu coração conquistar e, assim,
Deixo-me perder em sonhos
E paixão, por te amar.
Já não ouço os teus passos,
E de tanto te procurar
Deixo-me abater pelo cansaço
De só querer amar...
Por onde ando, por onde vou,
Dizem que sou o vento,
A folha que secou,
O sonho que morreu,
O sorriso que se apagou,
A vida que não viveu.
Pois te busquei tanto e não te encontrei,
Busquei lugar em teu coração,
Busquei calor e abrigo e, então, chorei
De haver-te assim chamado perdição.
E em passos lentos eu me volto,
Chego mesmo a olhar para trás,
Na esperança de ver-te ao meu encontro,
Sonho louco: não te tenho mais!
E assim,
Por onde ando,
Por onde vou,
Não sou o vento,
Nem a folha que secou:
Apenas me chamam de amor,
Que em tua porta bateu,
Que teu nome ao vento gritou,
Eco que o vento varreu,
Sonho que a vida matou,
Vida que a vida esqueceu!
Autora: Denise Nogueira