Amor sem regras gramaticais

Não falo de um amor usando as regras gramáticais, nem das linhas com suas vírgulas, pingos, exclamações e pontos finais; eu não as uso porque escrever sobre amar é dar tom a um sentimento. Regras ditam no coração e na gramática as experiências do poeta sonhador, não posso limitar esta poesia a sentimentos unilaterais e com pontos de interrogações sobre um amor adjascente, vizinho ao meu olhar.

E por mais que eu possa eternizar palavras, vou simplificar o caos profundo que é o amor dentro do meu peito. Vou sugerir a ti as correntezas de um rio a descer suave entre suas curvas, navegarei em águas salgadas a escorregar na sua volúpia timidez. Com toda a rigidez que uso nas minhas palavras, vou descrever o sorriso temido de me enfeitiçar no ato de possui-me a alma.

Não vou usar das regras e nem sentimentos profundos, vou apenas tecer um simples gesto de você sorrir e levar suas mãos ao cabelo, como o fez agora, é tudo o que preciso para escrever esta poesia.

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