Ponto de Partida
Ponto de partida
Quando um namoro acaba
Não significa que o amor
E o bem-querer morreram
O bem-querer e o amor só padecem
Quando vemos quem amamos abandonar
Aquilo que doamos de melhor
Que há em nós.
É algo semelhante a presente devolvido
A recado que não chegou ao destino
A palavra que nadou, nadou e morreu
Na beira do mar
Relacionamentos se vão, mas
O amor se eterniza relembrado
Em seus mais belos e doces momentos,
No reconhecimento do pouco de nós
Que ficou no outro. Partículas de nós.
Pedaços de um tempo compartilhado,
Vida pulsante.
Um namoro não foi mais pleno porque durou
Mais tempo que um outro namoro.
Cada beijo e cada abraço comportam
Em si um calor e um sabor especial
Só seu e incomparável
Um namoro não termina porque não deu certo
Se não fosse certo nunca teria começado
Acabou porque todas as coisas são findas
Brindemos aos longos e aos curtos namoros!
Que se morra na beira do mar!
Mas, nunca de cansadas braçadas de derrotas
E sim da coragem de amar até
O bravo e revolto carinho do MAR.
Analúcia Azevedo. 20.07.2005.