Te despir
Te despir
Até conseguir tocar as nuances de sua alma.
Até você se sentir confortável de ser aquilo que esconde.
Tirar sua calma, sugar sua energia da fonte
Te despir,
Até que, os aspectos mais sórdidos de sua personalidade escape pelas rachaduras de sua máscara.
Te irritar ao ponto de você achar graça.
Te despir de suas inseguranças.
Seus medos e fragilidades.
Te despir do domínio de sua temperança
E explorar os limites que vão além de sua superficialidade.
Te despir,
Até que sua única opção seja se mostrar.
Até que me permita te ver chorar.
Te despir,
Até que se orgulhe de sua imperfeição.
Até que mergulhe de cabeça na sua paixão.
Te despir,
Até descobrir com o que se ocupa,
Com que se preocupa,
E o que te machuca.
Te despir até descobrir o que te atormenta,
Pelo o que se lamenta,
E o que te fomenta.
Te despir até descobrir o que te consome,
O porquê você some,
E aquilo que sacia sua fome.
Te despir,
Até que me permita ver suas cicatrizes,
Até que imagine um futuro onde somos felizes.
Te despir dessa sua noção precipitada de liberdade,
Da sua noção distorcida da realidade,
E da sua descabida vaidade.
Te despir,
Até que tirar sua roupa seja apenas mais um ato medíocre de nossa intimidade.