Desafios de um poeta.

Desafios de um poeta.

Sentado sob um foco de luz em uma saleta,

Numa escrivaninha eis o poeta.

Ou ainda sob árvores em um campo à luz do sol,

A observar flores e voadores a pousar sobre pétalas a sugar seu néctar.

Podemos observá-lo ainda à beira mar,

Buscando inspiração no barulho das ondas,

Ou quem sabe nos peixes multicoloridos,

A se apresentar aos seus pés.

Na certa o veremos a observar os filhos correndo pelo quintal,

E a esposa desfilando a beleza e formosura,

A encantar os versos do poeta,

Com estrofes e rimas perfeitas diante de sua candura.

Ela sempre diz: “Poeta não olha, vislumbra”!

“Não pisa o chão, mas com os pés traduz em palavras,

Tudo o que sente, como um braille a recolher cada detalhe”,

Do chão de sua cidade e de seus tantos caminhos.

Para ele não há somente o brilho das estrelas,

Mas as nomeia uma a uma e lança aos pés dos amantes,

Com frases apaixonantes.

E a lua não tem fases apenas,

Mas a cada desenho nos céus surgem novas estrofes,

Que chegam aos corações entrelaçados,

Com o luar e seus próprios sentimentos.

As marcas nas faces ou cicatrizes geram histórias de vida,

Cantadas em versos,

Momentos de tristeza e alegria que se eternizam.

Os amantes resistem aos ventos fortes que os tentam derrubar,

Pois, estes são como árvores com grandes raízes fixas na força do amor.

O poeta amante deixa-se levar pelo som de instrumentos,

Do reco-reco, da viola, do ganzá, do banjo e dos maracás,

E também da natureza e do silêncio interior.

Em cada movimento vê desejo ,

A cada passo uma história que se escreve,

Tudo lança em papel sob a direção de suas memórias:

Danças folclóricas à Maracatu que se mistura ao teatro,

Viram versos de amor e paixão pelos pés e mãos que meneiam,

Ao observar o frevo com suas bandas militares,

Solta frases de exaltação a cada rodopio, salto ou improvisação,

Tudo vira poesia, o movimento dos pés faz agilizar suas mãos.

Diante de um abraço fraterno com a chegada da pessoa amada,

Nascem ricas estrofes que dá aos leitores,

O sentimento de querer sempre mais.

Sérgio Ricardo de Carvalho
Enviado por Sérgio Ricardo de Carvalho em 22/10/2020
Reeditado em 22/10/2020
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