Quem dirá, minha antiga amiga,

Quem dirá, minha antiga amiga,

que em meu peito fez a morada,

a magia que tem na rima

de tua alma a minha alma atada?

Se ninguém sabe que é garrida

toda fé, toda estima alheia,

se somente enxergamos vida

no que a própria ternura ateia?

Quem dirá senão nós, querida?

Celebremos numa balada!

Tal paixão feliz, desmedida,

bem merece ela ser cantada.

Nossa terra está mais florida,

nossa flor mais amor laurea

se somente enxergamos vida

no que a nossa ternura ateia.

Quem dirá? Mas, bem, não precisa,

que esta afeição requer mais nada:

é meu riso o que a consolida,

é teu riso o que a torna ornada.

Eu desejo que outrem consiga

este amor que ao Amor gorjeia;

mas ninguém poderá na vida

o contento que o nosso ateia.

Nossa terra está mais florida,

nossa flor mais amor laurea,

nosso louro mais fé lumia,

nosso lume mais bem ateia.

20/11/2020

Malveira Cruz
Enviado por Malveira Cruz em 20/11/2020
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