Amor, voltei

Amor, enfim aconteceu

Conheci seus pais, acho que gostaram de mim

Que bom que, assim como eu, você está feliz

Não vou mais me esgueirar ao seu encontro

Não vou mais temer à incerteza do quando

Do por enquanto, do engano, dos planos em prantos

Agora posso tocar sua campainha, ou bater em seu portão

Depois de tanto, tanto tempo

Agora estou visível, existo, e aprecio seu sacrifício

Sei que não queria que eu os conhecesse

Que eu me afastasse, permanecesse longe deles

Para o meu próprio bem, quem sabe? Evitar desprazeres

Mas, você mesmo viu, ocorreu tudo bem, fui aceito? Não sei

Às vezes espero que me aceitem, talvez um sinal verde

Mas, enquanto não o recebo, brinco com as outras cores

E, ao passar dos próximos meses, estarei mais firme, sem medo

Pronto para lutar por você, como sempre, por jeitos e meios

E, mesmo não sendo perfeito, apenas meigo, me deito

Sentindo a inspiração retornar ao meu peito, o doce aconchego

Escrevo, então, esta carta esfarrapada, sem destino

Usando-a mais como auxílio, um ponto de início e fuga,

Do exílio que eu me colocara, completamente em silêncio

Um alívio para a amargura que eu sentia, e que sugava minha alegria

Pois então, Amor, estou retornando, perdoe-me a falta de jogo de cintura

A vida se torna muito curta quando estou longe de quem amo, por isso me apressei

Conheci seus pais, agora te namoro, depois, nos casaremos

Um passo de cada vez, mas, um voto logo já faço

Estarei sempre com você, ao seu lado, apaixonado.