Polaca
Hoje, consternado,
relembro o passado.
As noites de insônia,
polaca da colônia.
Dias que eu vivi
amor frenesi.
Brigas sem trégua,
tão curta era a régua
com que ela media
o bem que eu fazia.
Polaca da nhanha,
beleza tamanha
não sei de onde veio.
A alvura dos seios,
a pinta tão roxa
no meio da coxa.
Ai que me debato
lembrando esses fatos
de um cão e uma gata.
Na alcova da mata,
luxúria sem trégua,
um cavalo e uma égua.
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N. do A. – Na ilustração, Polaca de Guido Viaro (Badia Polesine, Itália, 1897 – Curitiba, Paraná, Brasil, 1971).