Poeminha bobo para quem ama demais

Somos tolos e achamos que a culpa é do nascer do dia

do morrer do dia

do escurecer de um desmaio

de uma boca sem dentes

tolice!!

tenho vergonha das minhas tolices

enquanto um mundo inteiro

come pipoca no sofá

faz amor pelo computador

chora de solidão ao telefone

somos uma massa falida de sentimentos fortes

amargos

infiéis

dolorosos

e, acima de tudo,

somos o resultado de que fomos ontem

depois de uma noite de um sexo frenético

incestuoso

solitário

tolo...

Olhar pelo ralo da pia e ver que sobrou ainda um olho pra chorar

uma boca pra cantar( sorrir já não preciso, isso é muito primitivo)

uma cara torta

um coração debilitado por um veia entupida de paixão

estúpida veia ignorante da minha filosofia ocidental

não tem mais uma ágora para eu falar

o fórum se partiu

e sou um subproduto da antimatéria.

sou um bobo.

Marionetes foram feitas para divertir tolos

e eu estou a me perder nas minhas loucuras vespertinas

matutinas

noturnas e carrascas

Minha cama se enquadra no espelho convexo

física natural dos meu gritos e depressão oportuna

Como sou tolo.

sou aquele que ama demais

nós amamos demais

morremos porque desejamos morrer

e a culpa é toda da arte de se manter vivo depois de uma chuva fria por debaixo do meu corpo revoltado

Somos poemas bobos

somo amantes demais

e é por isso que a matemática é matéria científica.

Poeminha bobo para quem ama demais.

Alguma coisa ainda restou em mim.

Valdson Tolentino Filho
Enviado por Valdson Tolentino Filho em 14/11/2005
Reeditado em 19/11/2005
Código do texto: T71653