doce castigo

meu doce castigo, meu amável sacrifício, incompreendido desastre, instável alicerce, perdoável pecador, como posso deixar de pensar sobre a irrefutável dor que persegue as entrelinhas do seu amor

sentir seu sorriso preso na minha pele, sua respiração pesada como um sopro primaveril, quem sou além de um inimigo sombrio, com dívidas e enraizadas feridas na sua paixão esquecida

um pássaro carregou o peso das suas complicações enquanto me derramava em canções sobre sua mortal aspiração a amante, com um desejo gritante em se tornar o dono infame da mais perfeita porém errante coroa

o mar ouve suas súplicas, inveja a tempestade por ter sua essência, mas com constante toque do sol, odeia seus desejos já que se joga até ela como se fosse seu único farol, amar o inimigo paira a traição, trair o inimigo necessita de um pagamento com o coração

consequências passam despercebidas pelos vales de estranho esplendor, sem tempo para o vento das mudanças sua corte vive sem esperança, e você implora em sussurros para uma última dança

novamente, sua respiração, porém leve como um tornado gentil, seu sopro chega até mim em uma noite de frio envolve meu corpo e aquece minha alma, mesmo com a distância das eras sei que é por mim que espera