Insolente

Ela chuta,

Machuca com arrogância,

Ela se faz sentir.

Se esgueira nas dobras da alma,

Determinada abre espaço

Apunhala meu coração,

Quase perco o fôlego, suspiro...

Fecho olhos,

E a encontro nas fissuras das feridas

Que nunca cicatrizam.

Como personagem rejeitado

E nunca concluído por um autor

Que teme e estremece

Na tentativa de narrar sua trajetória.

Ela me pergunta se pode nascer,

Voltar à vida,

Na integridade de novas palavras,

Desisto!

Mesmo refutada

Eu a escuto

Em seu barulho silencioso,

Inquietante

E insolente dor!

Ela vive fluindo,

Altiva na poesia,

Em versos e prosas

Não tem compaixão

Machuca e maltrata o coração

Desta poetisa.

Juciane Afonso
Enviado por Juciane Afonso em 01/02/2021
Reeditado em 01/02/2021
Código do texto: T7173680
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