DOCE POESIA
Eu, que já vivi no bem-bom,
estou vivendo de auxílio-amor;
nosso vida anda fora do tom,
quando faz frio ela joga o cobertor...
Jantavámos em restaurantes finos,
noites maravilhosas nos cafés;
hoje, saladinha de alface e pepino,
nem ouso pedir um cafuné...
Quem errou? Acho que fomos nos dois,
deixamos o amor em fogo baixo, morno,
em vez de quitutes, só feijão com arroz,
nas madrugadas apenas o ronco do sono...
Como se conserta um amor quebrado,
que precisa de reparos feito uma velha pia?
Será que basta repetir que se está apaixonado
ou conquistá-la com uma bela e doce poesia?