XLIX - Lago dos Cisnes

I

Você dedilhava suavemente

"Lebedinoe Ozero" no

Velho piano envernizado e

As notas retumbavam em

Meus ouvidos ignorantes.

Olhou-me nos olhos, sem

Interromper o rio de notas,

E sorriu tão graciosamente

Quanto tocava sua música

As notas retumbavam em

Meus ouvidos ignorantes e

O seu sorriso ecoou em

Meu peito. Dai fez-se um

Presto em meu coração.

II

A peça melancólica

Nunca fora tão viva

E tão majestosa.

Cada nota tocada

Tornou-se a expressão

De sua alma dócil.

Cada nota tocada

Era o suave da

Neve lenta de São Petersburgo.

III

E a placidez do Baikal

Era a placidez de seu

Rosto terno- infante

E quando te envolvi

Em um abraço, senti

Sobre mim o suave

Sol da Criméia

De meus olhos

Escorreram lentas

Lágrimas como as

Do ancestral Volga

IV

Num enlace, senti-me

Como o Urais Protetor

Da Terra-Mãe e,

Apesar de imponente,

Frágil ante a fragilidade

Do seu sorriso reluzente

Como a Estrela da Manhã.