Viver em teu seio
A constância em te amar, que te dou sempre,
Vem de tua inconstância, de teu áspero
Carinho que não é expressado, de teu riso,
Do teu amor e verdade que eu tanto preciso.
Nuvem feita de encanto, neste longo monólogo
Do mar tu transfiguraste a espuma, o espanto
Vindo na água jubilar, jamais dormindo
No vento, pois o teu olhar ao mundo eu canto.
Perdi-me deliberadamente em ti, na tua solidão
E derrubei meu orgulho e muralhas para estar
Sempre em teu céu de sol, de firmamentos e de luar.
Na eterna juventude da tua alma e do teu corpo
Eu ficarei te esperando, sem jamais mentir e fugir
De ti, porque em teu seio meu ser quer residir.