Tecido

A um pingo de perder a luz me desenvolvo da pétala curvada e colho

Mais rápida do que pode

A saliva

Com que tua boca me morde

Na minha mente imaginativa

Teu olho no olho

Tem o volume perigoso

das horas. No meu bolso,

Quando vou buscar as chaves, tem

Teus dedos. Quando estou solto pela

Cidade, são tuas mãos que me arrastam,

São teus pelos que me arrepiam, são

Teus cheiros que me embriagam

Quando desamanhece e o dia aquece

Teu último beijo

Me impede

De morrer num mundo em que ainda possa haver um

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Nia Ferreira
Enviado por Nia Ferreira em 22/02/2021
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