LEDA

Entre colunas de aço estendidas na alameda

caminho lendo os pergaminhos

destes tempos modernos...

Te vejo passar por mim, destemida, ó Leda,

sei que teu coração não está sozinho,

sou teu amor, mesmo dentro deste terno...

Se estivéssemos em Atenas, minha pequena,

por você, sempre, sei que tudo valeria a pena;

seria eu um dos que enfrentou os centuriões,

estaria me assistindo sendo entregue aos leões...

Os tempos são outros,

são os tempos dos moucos,

pessoas conversam por legendas,

tudo pode ser comprado,

estamos todos à venda...

Ó Leda,

amemo-nos mesmo assim,

mesmo que nossa herança

esteja bem próxima do fim.