“Sentir o amor, muito mais do que apenas saber que ele existe”

A última noite foi um desastre

Pretendia compensar qualquer transtorno ocorrido no dia

Carícia em forma alimentícia, tua série favorita na tela

Tuas coxas descansando sobre as minhas pernas

Te fazer sentir bem quista, amparada, protegida

Depois das longas horas de um dia bem gasto

Não há culpado, plural ou singular, nesse caso

O crime foi cometido já cientes

De que por trás havia o castigo

Só quis chorar, de soluçar, de sumir,

De somar minha dor a tua dor, digerir

O que já passou, entressonhar o que está por vir.

Outra vez que um pequeno acontecido, insignificante

Significou tanto por aqui, ficou enorme diante de mim,

Fincou bandeira e fez base, aliança covarde

Das que um deus premedita, mas não pode sentir.

Dentro da minha cabeça falava sobre o que nunca quis ouvir

Contaminando pensamentos sensatos, revelando

Com clareza a doença que reluto admitir.

Parecia me esmagar, me roubar o ar…

Ontem a noite percebi que o destino planejado

Depende de um caminho pelo qual trilhar (o que

não quer dizer que eu vá parar de planejar).

Atravessei minutos perdido no tempo

Que pareciam muros, que pareciam não passar

Que não sei descrever em palavras e tudo

Só aquietou perante aquele abraço,

Naquele instante que estávamos juntos

Na cama, no conforto do teu corpo quente,

No clima tíbio, sugerindo inverno,

No aconchego das cobertas, ainda outono

Me salvando das maiores roubadas,

Sejam elas internas ou externas,

Pessoais ou profissionais, meu cais

Onde sou conduzido em segurança do mundo.

31/03/2021

Pablo Machado
Enviado por Pablo Machado em 05/04/2021
Reeditado em 08/04/2021
Código do texto: T7224435
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