O gato sob a ótica de um apaixonado
É por isso que eu escolhi dizer que te amo sempre que sinto,
Porque quando a noite cai, eu sinto o ardor do silêncio.
Porque quando eu vejo da janela,
Avisto a solidão do gato no terreno baldio, sob a luz do poste,
vagando à procura de algo maior que eu.
Algo que eu desconheço completamente.
Porque quando eu grito em mim que te amo
O som é o intervalo entre a luz da lua e a brasa do cigarro que dou vida.
É o chirriar da coruja e a dúvida se a música que escolhi
Será de fato tocada por eu ter dado o play sem a suficiente cautela.
Quando eu digo que te amo,
É porque eu não sei se sou o felino na solidão da noite.
Eu sou o frio
Eu sou a luz,
O poste
O fogo que arde em meu peito
A paciência da espera
A distância da saudade.
Quando digo que te amo
É porque já não posso esperar para dizer,
Que estar em tua companhia é a mesma coisa que viver.
Viver da noite, caçar a presa e ser feliz simplesmente pela satisfação de ser útil.
Porque estar ao teu lado é ser a própria sorte e ser feliz com isso.
Na rua poética dos meus sonhos
Na minha solidão,
Eu não canso de pensar na felicidade de estar aqui,
Sob a luz de satélites naturais
E sob a sépia luz da Celpe.
É que eu não canso de pensar que o passeio do gato na escuridão dos logradouros
Seria apenas uma cena irrisória
Caso eu não houvesse encontrado você em meu mal iluminado caminho.