Senhora da minha verdade

Permita que eu sente-me calada

De frente ao teu reflexo no escuro

Contar-te-ei a minha vida

Histórias desse meu mundo

E não me censure palavra!

Não me faça perder um segundo.

Eu sentia as flores do campo

Enquanto carregavam meus sonhos

Por entre veredas distantes

Onde se diluem os enganos

Eu sentei e chorei, é verdade!

De frente ao meu ser tão profano.

O rio que corria aos meus pés

Lavou toda a hipocrisia

Mudei de rumo e ventura

Fugi da cidade vazia

Por outros caminhos trilhei

Comigo não trouxe a agonia

Mas a poeira, cismei e não trouxe.

Abandonei-a ao léu, no passado.

No chão em que foi traçado

Os meus rastros de infelicidade

Atrevidamente

Cruzei as fronteiras do meu destino

Sou senhora da minha verdade.