Réquiem da Saudade.
Oh Saudade!
Por que usas meu peito como lar,
Fazendo do meu coração teu leito?
Oh Tempo!
Por que não livra-me de amar
Aquela que não mais habita teu seio?
Já não mais olho para trás sem deixar rastros
De lágrimas nos tempos que eram fartos
De carícias de tuas mãos finas... delicadas;
Naquelas tardes que em mim foram eternizadas...
Ainda hoje me alcançou o murmúrio das águas
Daquele riacho preguiçoso de águas claras,
Onde nosso amor irônicamente fora batizado,
Para que em suas margens fosse enterrado.
Ainda existe aquele velho ypê amarelo,
Com o vento sempre a acariciá-lo,
E ainda nos vejo ali; juntinhos... sentados,
Trocando juras de amor sob seu manto doirado.
Ouço ainda a canção que o vento sussurrava
Quando a nós dois, levemente, ele abraçava...
"...O tempo é o dono das almas;
O corpo é o templo das chamas!..."
E tenho em meu futuro nosso passado,
Já que nosso amor será sempre lembrado
Pela saudade que mora em meu peito,
E pelo cantochão daquele riacho, teu leito.