Amor e Cigarros

Completamente aceso, brilhando por dentro

Pulmões em chamas pelo acre cigarro nas mãos

E o coração ardente pelo seu sorriso estonteante

Ambos aquecendo a amargura da vida para fora de meu ser

Mantenho as brasas aconchegantes acesas

Para que assim extraia mais um pouco do suspiro da vida

Enquanto acendo mais um, com o intuito de me perder

Nesta dura apneia que é a longevidade apaixonada

Palavras como fumaça, se esvaem de minha boca

Se dissipam pelo espaço, frio e atroz, que me faz retrair

Chegam enfim aos seus braços, acolhedores e cansados

Que por mais uma vez, abafam minha agonia

Quero um dia, talvez, trazer-lhe tal sentimento

Amar-te-ei tanto que, um dia, quem sabe

Se livrará das correntes pesadas de um amor debelado

De uma chama morta, do pesar e luto de teu coração

Com o cigarro apagado então, me viro pra casa

Sem luzes, destroçada, mas que com ternura quem sabe, encontrará salvação