GERANDO FILHOS

Seu jeito humilde

Me faz voltar a ser criança.

Sorriso brando

Parecendo se esconder.

Roupas de chita

Reluzindo o lenço de seda

Na face que tanto lutou.

Suas mãos deram valor

O sustento do interior

Deixando a vaidade pra depois.

Gerando filhos

E guardando-os no amor.

Eu canto a magia

Da grandiosa mãe

Que volta ser criança

Depois do tempo

Vem os contratempos.

Hoje ela aplaude risos

Dizendo: Meus risos

Choram de alegria

Tropeçando no rio

Que por ora secou.

Chora, chora o coração

Vendo a mãe dizer:

Eu sou a saudade

Que deixei lá na roça.

Anos corridos sofridos

Mas, no peito real amor.

Lá eu gerei

Lá eu pari

Lá eu criei

Lá fiz filhos adultos.

Hoje eu canto a saudade

Do tempo que tenho saudade.

Sigo correndo no rio

Dando notas musicais

Levando o presente

No passado que não morre.