Das sedes anímicas, dos adeuses, das boas-vindas
De flores, esfaimado, da fauna, dos foles
da faina dos lobos aos luares,
das frases roubadas, dos fulgores dos ontens
dos goles das almas
de feros olhares de fome
de fome de almas,
não
de feridos olhares
de noites não esquecidas, de calmas e falsas frases
de fins de tarde, de sóis os mais frios
fracos, amarfanhados, fosforescentes
as noites, também
sem flores, sem nada
inda teus olhos me fitam, sem alma
famintos eles também, mas de vazios para um teu feroz vazio
leva contigo tuas fábulas, tuas fadas,
teus floreios de retórica falsa, de falsos amores,
leva também tua calma, pra que minha dor não te mine,
feitos os fatos, faças o que podes,
e assim agora
esfaimado —
fendidos os laços fortes — de flores, da fauna, dos foles
dos goles das almas,
de feros olhares de fome de novos amores,
de famintas bocas de almas ferozes
como a minha,
fértil de floras, de fozes, de frases roubadas
faminto.
fadado à fome dos fulgores dos ontens,
e sempre assim, atrás de ti agora,
feitos os fatos, faço o que posso
esfaimado, não de feridos olhares
de noites não esquecidas,
dos goles das almas, sim
dos goles das almas ferozes,
como a minha, como a minha, como a minha
fértil de floras, de sóis os mais fulgurantes, de fozes as mais fartas,
ora teus olhos me fitam, tomados de alma
famintos eles também, famintos de gente viva,
canibais, fortes, feros, meus também
famélicos da faina dos lobos aos luares
sedentos dos goles das almas,
de feros olhares de fome, de fome de almas