Direções
Olhando as estrelas a procura de um norte
Que me apontam ao seu sorriso logo ao sul
Levo comigo uma esperança de fatigante porte
Para me encontrar mais uma vez, perdido, nessa vastidão azul.
Os planos se queimam e se refazem
A cada cigarro, no papel mais uma frase
Digo novamente que tudo irá melhorar
Com o peso na consciência de que, nosso enamorado barco
Está mais uma vez a afundar.
O brilho incandescente do sol
Com nossas peles queimando-se ao toque,
Mostram-me que a vasta solidão do amor
Me envolve de angústias que são levadas com mais um gole.
E nem é pelo medo de morrer sozinho ou qualquer paranóia jovial
É apenas o desespero vil e vão, de te ver partindo mais uma vez
Com seus cabelos a voar com o vento da vida
Refrescando o seu rosto e a sua alma,
Enquanto me deixam aqui, no frio, coberto por sua sombra nostálgica.
Parece dúbio, talvez, esse meu pranto
Chorando de amores enquanto espalho meu canto
Mas esse brado descontente, há de ser ouvido
Mas sei em minha alma, que junto comigo ele acabará perdido.