O Amor e a Razão
Travava-se em instável terreno
Árdua e insana batalha pela vida
No chão, abatido, sangrando e sereno
O oponente de derrota reconhecida.
Em pé e de cansado semblante
O adversário que a vitória sangrenta
Não comemorava, sabia-se agonizante
Apontava ao outro a lança violenta.
O terreno instável era o coração,
No solo, o Amor suplantado
E em pé a desequilibrada Razão.
Esta olhava nos olhos do inimigo amado
E ouvia daquele a quem via sofrer:
- Queres vida? Deixa-me então viver!
Cícero - 25-06-21