A um amor do mês de junho
Quisera ser um concertista,
fazer saraus para você.
Ou ser talvez um grande artista,
de qual arte nem sei de quê.
Pintor a retratá-la nua
numa tela toda dourada,
à luz de uma invejosa lua
a olhar do céu, enciumada.
Poeta, canto todo dia
o seu nome em rimas e versos.
Revelo na minha poesia
o meu querer incontroverso.
Ai! amada do mês de junho,
fique comigo neste inverno.
Invocando a Deus testemunho,
juro a você amor eterno.
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N. do A. – Na ilustração, A Bacante de Victor Meirelles (Santa Catarina, 1832 – Rio de Janeiro, 1903).