Entre as mãos

Vejo a borboleta

Que perdeu o rumo

Entre as promessas

(des)feitas.

Resignada

Ao fim

Em idade tão tenra

Ela ainda

Oferece à vida

A cor intacta

Da alma.

Vã oferenda

A vida detém as cores

E almas

furtivas

Tão ou mais coloridas

Que a dela, sutil

E já desfeita.

Só não tem

O detalhe

infinito

Da paisagem

Que desenhaste

No foco

Do meu olhar

Nas mesmas ondas

Que todo mundo

Que beija a areia

E apaga os beijos

Ao retornar

Tu d(escreves)tes

Um caminho

traçado

contínuo

Ao segurar minha mão

Nossos passos

Não ficaram

Mas a vida

Tingiu meus pés

Despitou segredos

Confessou sua razão.

O amor deixa suas cores

A vida se esvai

Mas as marcas que o mar

Não carrega

A brisa traz

escondida

Entre as mãos.