Duas Mulheres, Duas Naturezas

Duas mulheres habitam em mim!

Duas naturezas de mim mesma,

Mas elas nunca caminham juntas.

Uma delas está sempre presente,

Sua natureza é mais calma e afável,

Só ela eu posso oferecer a você.

E você irá admirá-la.

Você não terá a presença.

Da outra, nem mesmo

Um ligeiro respiro você vai sentir.

Eu a mantenho discreta,

A guardo em segurança.

Você não saberia cuidar dela.

Da sensualidade e carnalidade,

e dos seus mil medos

Nunca nada vou te revelar.

Você vai se surpreender

De quanta exuberância

Nesta minha parte você encontrará!

Entre movimentos sinuosos e

Passos seguros,

Posso te mostrar

Paixão e vaidade.

Nem mesmo nas

Nossas longas noites de amor,

de abraços apertados

e de corpos unidos você vai possuí-la.

Vou encontrá-la pela manhã.

Quando de você me libertar.

E eu vou ver de novo

O reflexo de um rosto

De mulher

Que eu também não vou reconhecer.

Vou acariciar rugas escondidas,

Para acalmar o tumulto que me devora por dentro.

A outra parte de mim,

Frágil quer respirar

Mas silencio a alma.

Me escondo entre pequenas dobras

Que, de tempos em tempos,

Eles se abrem, expõe até a alma.

E entre empurrões e cotoveladas,

Tentam me dominar,

Isto é traição!

Sim, eu sou feita de duas naturezas.

Elas não se encontram, mas sempre

Em defesa de uma

a outra estará.

Juciane Afonso
Enviado por Juciane Afonso em 05/07/2021
Código do texto: T7293316
Classificação de conteúdo: seguro