O Canto da Harpia

Você canta para suas irmãs

Sob a sombra das romãs

Notas com aromas de maçãs

A fim de mantê-las sãs

No acarrear das manhãs

Eu, ser azulado

De caminho andado

Adorado

Torturado

Sentimento embalsamado

Plano racional quebrado

Retrato do meu eu são, rasgado e despedaçado

Meu grito selvagem e embelezado

Calado e silenciado

Você percebe o meu andar

Ouço o seu cantar

Capturado pelo seu entrelaçar

Me chama com o seu encantar

Poluído pelo amedrontar

Desvio o olhar

Receoso em falar

Seus pés conduzem o afastar

E seu longínquo olhar

Perde o brilhar

Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia)
Enviado por Caio Lebal Peixoto (Poeta da Areia) em 16/07/2021
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