A palavra que falta
Às grandes conexões de corpo e alma
Ao arrepio na pele
Aos Pensamentos surpreendentemente sincronizados...
À estranha sensação de já conhecer uma alma, de outros tempos...
Intuitivamente chamamos " química"
Não a química da ciência exata, da racionalidade
Dos métodos e objetos
Tabelas, fórmulas, provas, métricas
Réplicas e tréplicas...
Não a química das estruturas
Das propriedades e da matéria.
Tantas medidas não mesuram o acaso
Não se ocupa da magia, do desejo
Do fenômeno dos encontros e desencontros.
Usaria Alquimia
Ousaria "Alquimia!"
Quem mais senão ela:
A ciência da imprecisão e artesã das incertezas?
A panacéia universal,
Palavra mística, pedra filosofal!
Quem mais senão ela que funde mitologia ao imponderável.
Aquilo que nos escapa, tal qual o amor:
Ora fábrica de efêmeras pepitas de ouro... dos tolos!
Ora de perenes metais nobres, cristais inquebráveis.
Agua, terra, fogo e ar misturados em potes de barro,
sob fogo instenso...
Paixões incuráveis forjadas nas fendas do Vesúvio.
E para sermos ainda mais exatos
Abstemo-nos de explicar!
O fenômeno que não comporta o cálculo,
Ou o místico.
Ousemos experimentar à entender
Viver à querer explicar.
Que aceitemos então: a dimensão falha da palavra,
Da ciência e da magia.
Para nomear o que é de sentir.”