A palavra que falta

Às grandes conexões de corpo e alma

Ao arrepio na pele

Aos Pensamentos surpreendentemente sincronizados...

À estranha sensação de já conhecer uma alma, de outros tempos...

Intuitivamente chamamos " química"

Não a química da ciência exata, da racionalidade

Dos métodos e objetos

Tabelas, fórmulas, provas, métricas

Réplicas e tréplicas...

Não a química das estruturas

Das propriedades e da matéria.

Tantas medidas não mesuram o acaso

Não se ocupa da magia, do desejo

Do fenômeno dos encontros e desencontros.

Usaria Alquimia

Ousaria "Alquimia!"

Quem mais senão ela:

A ciência da imprecisão e artesã das incertezas?

A panacéia universal,

Palavra mística, pedra filosofal!

Quem mais senão ela que funde mitologia ao imponderável.

Aquilo que nos escapa, tal qual o amor:

Ora fábrica de efêmeras pepitas de ouro... dos tolos!

Ora de perenes metais nobres, cristais inquebráveis.

Agua, terra, fogo e ar misturados em potes de barro,

sob fogo instenso...

Paixões incuráveis forjadas nas fendas do Vesúvio.

E para sermos ainda mais exatos

Abstemo-nos de explicar!

O fenômeno que não comporta o cálculo,

Ou o místico.

Ousemos experimentar à entender

Viver à querer explicar.

Que aceitemos então: a dimensão falha da palavra,

Da ciência e da magia.

Para nomear o que é de sentir.”

Marcilaine Andrade e Alle Braga
Enviado por Marcilaine Andrade em 17/07/2021
Reeditado em 17/07/2021
Código do texto: T7301389
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