#64 - Luisa #2
Você é dona do meu desejo,
Responsável pelas borboletas em meu estômago,
Eu fui eufórico demais!
Que merda!
Eu não queria voltar casado,
Mas gostaria de ter trago meu coração de volta comigo,
Voltei para o navio, ainda olho o mar,
Ainda olho para esses poemas que escrevi pra ti.
Não sei o que fazer agora,
Estou louco para te mandar mensagem,
Mas será que caguei tudo?
Será que ti perdi para mim mesmo?
São tantos serás, que não sei se será.
Estou estagnado aqui,
Vim ao trabalho para refrescar a cabeça,
Mas só estou cansado e sem apetite.
Eu te achei a coisa mais linda que já vi,
Adorei seu cheiro,
Sua imagem não saí de minha cabeça,
Antes de me despedir, gravei cada curva de seu rosto.
Você havia me avisado,
Jessica também,
Mas eu estava tão seguro de mim, tão forte.
Que baixei minha guarda.
Parece até brincadeira,
Eu que disse que teria controle da situação.
Que erro, caí nas garras de uma sucubbus,
Na verdade, me entreguei voluntariamente.
Me pergunto se te assustei,
Pelo jeito, sim.
Me pergunto se voltaremos a ser como antes,
Mesmo que o navio, nem o mar são os mesmos.
Por qual motivo a vida é injusta?
Eu só tive certeza do que queria,
Quis em excesso.
Não me arrependo do meu desejo, talvez do jeito que mostrei a ti.
Eu queria pedir perdão pelos meus modos.
Mas não há culpa no que fiz.
Eu só quis ser diferente deles.
Quis lhe mostrar o quão incrível você é.
Eu tomei as dores e as cargas,
Ninguém nunca deveria te machucar,
Mas, o que eu fiz com isso tudo?
Troquei os pés pelas mãos.
Vou chorar, deixar isso sair.
Me recuperar, voltar a ser forte.
Não quero desistir de você.
Mas preciso ir devagar.
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Esse texto é pra ela, é pra você, Luisa. Um feedback sobre aquela carta. Não tive coragem de enviar, não sei se vou parecer interessado demais, sufocante. Enfim, se ler isso, saiba que escrevo ainda com meus olhos de marujo, estou te esperando emergir do fundo do mar.