#70- O amor romantico morreu.

Morreu e morreu tem tempo.

Amamos o que não temos!

Se é que é amor.

Seja lá o que for isso.

É um frenesi hormonal.

Apenas isso, besteira.

Amar é tentar ficar bem,

Sendo que somos como dois porco-espinhos tentando se abraçar.

Se você dissesse: SIM!

Talvez eu nem estivesse escrevendo isso.

Faria coisas diferentes, poesias sobre você e assim...

Mas, não foi nem um não, foi um: ?

Eu me provei imaturo emocionalmente,

Já te ofereci abrigo, futuro e afins.

Queria te roubar, como um delinquente.

Mas escrevo, isso, pra mim.

Só o tempo dirá,

Mas ele não tem que dizer nada.

Eu disse, disse até demais.

Coisas bobas, achou que eu fosse como os outros, furada.

Lendo um livro sobre comportamento,

Percebi muita coisa.

Sou um assassino de fantasias agora.

Ao escrever, tento matar a que inventei de tu.

Não sei se é amor, na real, só uma paixão.

O amor seria algo construído,

Para preencher um vazio comum,

Tão comum que só pode ser condição de existir.

Eu a penetrei, mas sendo tão grande e intenso, estraguei a embalagem,

Que nada mais era, do que a fantasia criada.

Já estou parando de exigir migalhas tuas.

Nem faz sentido.

Deixo-a guardada em minha memória,

Também no divã,

Estou subindo, com a pedra.

Sei que no alto, só tem uma ladeira.

Mas é gostoso demais um amor platonico,

Tu não tem noção,

É uma delícia...

Tanto que escrevo aqui com o coração.

Eu a beijaria todas as manhã,

Deixaria bilhetes, dizendo: "Bom dia, mulher. Você é incrível."

Quanta baboseira, quanta estupidez.

Uma estúpida fantasia.

Eu criei nosso futuro,

Criei o sonho dos teus filhos aos 25,

Criei a imagem de estar contigo no hospital para o silicone.

Criei a casa, os tapetes e nossos panos de prato.

Imaginativo, não é?

Pelo que me disse, achei que era isso que queria.

Assim como eu queria você agarrada em mim.

Como fizemos durante à noite.

Mas, ironicamente, era uma fantasia que criei.

Foi mais fácil ver assim, esta sendo.

Imaginar um futuro normal,

Chegar em casa e te ver linda, sorrindo.

Ter uma casa, nossa.

Nossos filhos, nosso lar.

Essa ilusão, eu criei.

Por nossas conversas de 6 horas.

Mas é isso, algo criado.

Forjado no que eu acreditei de nós.

Mas, um dia, num dia desses...

Quem sabe a gente encontrre explicação.

Quem, eu, nós é uma fantasia que eu criei.

Tudo superfaturado, pelo eu.

To quase acreditando, sinceramente...

Que o amor romantico morreu.