PEQUENO TRATADO DAS ILHAS DESERTAS

Trouxe uma prancha a mais, quem sabe quais as intenções dela,

É dar trela que ela se solta, volta e meia diz, depois se arrepende

E alega que foi mal interpretada, de cara amarrada, descontraída,

Busca saída para suas idas e voltas, revoltas e algumas dúvidas.

No final, apenas rema até a ilha, na sua cartilha é como selar paz

Sem proferir uma palavra, dizer abra cadabra, ver a porta se abrir

E saírem seus fantasmas, os dilemas que não consegue elucidar,

Seu mar de ondas revoltas, gaivotas soltas, uma porção de ideias.

Quando a pessoa pensa demais, vira dor de cabeça, caso mereça

Uma pequena pausa, nada causa melhor sensação do que nadar,

Mergulhar entre corais, peixes, feixes de luz de lanterna, caverna,

Um mundo que parece sem pressa, onde nada interessa e é bom.

Agora bem mais leve, deve entender que nada acontece de graça,

A pirraça tem limite e vez, um, dois, três, é hora de virar sua chave

E abaixar as armas, esquecer seus carmas e se permitir aproveitar

O que nunca ousara, tomara que goste, encoste seu corpo e curta.

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