Amor e Medo

Oh. Minha aurora! Oh, minha Flor Cândida!

Cometi engano! Não é de gelo o meu coração!

Você é e sempre foi a única razão

Que me faz aceitar esta fúnebre vida.

Se eu me desvio e fujo de sua presença

É porque te amo loucamente.

Um amor que germina em chamas ardentes.

Mas sua candura é tão imensa

Que só de pensar em me contemplar

Com a inocência que seus lábios encerram

Sou invadido por um pavor maior que uma onda do mar.

Sendo que quando assombrosas tempestades cortam a TERRA

Iluminando o véu da noite triste e escura

Com raios de cintilantes fulguras

E impiedosos ventos que arrancam telhados

Apenas adormeço sossegado.

Por isso você não pode dizer

Que não te amo, pois temos apenas medo

De tocar você.

E prefiro guardar meus tormentos em segredos.

Pois, sou moço lascivo, infame e impuro.

E tu madalena delicada.

E em clara e estreladas madrugadas

Choro sem parar trancado num quarto escuro.

Paulo Rodrigues
Enviado por Paulo Rodrigues em 10/09/2021
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