Inominável

Digo que gosto. Parece pouco.

Escondo que amo. Soa covarde

Não sei o que é, mas sei que arde

Que cheiro tem ? Só sei que agrada

Se faz bem pra que tanto alarde?

Se me sinto em paz e você amada

Não precisamos definir nada.

Basta o sentimento. Basta nós dois.

Que nome a gente dá a quem se ama?

Amantes ? Amados ? Afeiçoados?

Isso tudo vem depois. Bem depois.

Depois dos beijos e amassados.

Depois dos lençóis espalhados na cama

Depois do feijão com arroz

Um sentimento pagão. inominável

Indigente. Sem dono. Sem gênero

Sem cor. Com sexo e prazer.

Os sádicos o conhecem na dor

Os poetas o chamam de amor

Eu o chamo de você.