A Solidão Compartilhada de Amar

Já não falo de amor aos céus do amanhecer,

Nem firo as águas com os remos sujos,

Aprendi a viver ao deixar de sofrer.

Os pulos de meus dias cantam em mim

E a poesia é o espelho do espírito carnal:

Completei-me com minhas ausências, afinal.

Agora, até os seres angelicais compreendem

Minha necessidade de não estar sozinho.

Sou andante e imóvel como um velho caminho.

Vertigens de origens que erigem a Linguagem,

A Linguagem da coragem dos que se amam em voragens,

Linguagem que cria novas mensagens além das barragens.

Mas a conquista do amor é uma derrota disfarçada?

O amor é esta silenciosa chama noturna e lapidada

Que deve ser vista e compartilhada, de graça?...

Estamos sentados aqui estando em nenhum lugar,

Pois te beijar é sentir o universo na alma a badalar,

E te ter é ser teu escravo, sendo livre ao te amar.

Já não falo de grandes amores aos céus do amanhecer,

Nem vou ferir as solitárias águas de teu infinito chão:

Escolhi viver quando morri no campo de teu coração.

O Amor vive em nossa compartilhada Solidão.

Gilliard Alves
Enviado por Gilliard Alves em 25/09/2021
Reeditado em 12/04/2023
Código do texto: T7350354
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