Meus olhos procuram os teus

Eu não sei.

E não saber consiste

Em olhar-te todos os dias nos olhos

E perder-me.

Fosse devassa, diria:

És devassa.

Fosse santa:

És uma santa.

Mas há tanto escondido

Nestes verdes olhos lassos

(Terrivelmente lassos)

Que seria inevitável a perdição.

Pois vejo-lhe e és quente

Quente como o ponto fulcral

De entre tuas pernas.

Revisito-te, e tens puerícia

Como imagem de uma pequena casta.

E não há dia em que não mergulhe

Um pouco mais fundo nestas retinas

Procurando sequer fagulha de qualquer

Certeza plausível.

Meus olhos procuram os teus.

E eu temo a perdição que é estar

Perdidamente apaixonado

Em você.

Um Rapaz Meio Estranho
Enviado por Um Rapaz Meio Estranho em 29/09/2021
Código do texto: T7353012
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