poemas ao vento II
I
sei o que há em seu coração bondoso,
você, tão repleta de amor e ternura,
e, sendo eu um reles criminoso,
dê-me perdão e amor sua alma pura!
II
sirvo-me dos excessos da ilusão
a fim de escapar da fatal verdade:
como ter a parte de um coração
que a outro pertence na totalidade?
III
ainda que eu fale a língua de um homem santo
e transforme em ouro e luz uma palavra sórdida,
em mim não cessa de existir uma tendência mórbida:
querer conquistar uma sereia com o meu canto!