poemas ao vento II

I

sei o que há em seu coração bondoso,

você, tão repleta de amor e ternura,

e, sendo eu um reles criminoso,

dê-me perdão e amor sua alma pura!

II

sirvo-me dos excessos da ilusão

a fim de escapar da fatal verdade:

como ter a parte de um coração

que a outro pertence na totalidade?

III

ainda que eu fale a língua de um homem santo

e transforme em ouro e luz uma palavra sórdida,

em mim não cessa de existir uma tendência mórbida:

querer conquistar uma sereia com o meu canto!

Clóvis Luz da Silva
Enviado por Clóvis Luz da Silva em 13/11/2007
Código do texto: T735405