DIVINA MUSA

Exalto-te, musa,

nos moldes antigos,

pois trago cá comigo

um peito sem rugas,

cavaleiro que sou, audaz,

de amar-te toda, capaz...

Descrevo hipérboles celestes,

divido o mundo divino em quadrantes

a cavalgar o céu em Édens equestres,

só para encantá-la, à todo instante..

Eras a princesa primeira a colher flores

exaltadas nas campinas celestes,

sob olhares dos deuses trouxeste cores,

límpida e etérea sob tuas vestes...

Pus-me a cantar o canto da doce maçã,

desfiz-me da folha que impede a entropia,

sou-te, robusta Madonna, carne viva e sã,

atemporal e navegadora, amada poesia...